terça-feira, 6 de maio de 2008

SERRA SEM SAÍDA PARA O LITORAL
As três ligações diretas da Serra com o Litoral Norte estão interditadas para o tráfego de veículos devido a quedas de barreiras ocorridas após dois dias de chuva contínua na região - uma conseqüência do ciclone extratropical que atingiu o Estado. Ontem, a RS-486, a Rota do Sol, apresentava montanhas de terra e rocha sobre a pista em pelo menos seis pontos. As RSs 484 e 429, que cortam a Serra do Umbu e a do Faxinal, respectivamente, também estão fechadas. Não há previsão de liberação das três rodovias. Os maiores deslizamentos na Rota do Sol ocorreram em Itati, próximo ao Litoral, e em Aratinga, a três quilômetros do Viaduto da Cascata. Neste último, uma encosta desabou. Uma retroescavadeira e três caminhões da empresa Sultepa, contratada pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), trabalharam durante todo o dia de ontem removendo o entulho que continuava caindo da encosta. Segundo o diretor-geral do Daer, Gilberto Cunha, não há previsão para que a Rota do Sol seja liberada. Ainda assim, ele arrisca calcular que, caso não chova nem haja imprevistos, a estrada pode ser liberada em dois dias. Em pior situação, estão as rodovias estaduais na Serra do Umbu, em São Francisco de Paula, e na Serra do Faxinal, em Cambará do Sul. Nessas duas estradas de terra de aproximadamente 50 quilômetros de extensão, o Daer ainda não conhece a dimensão dos estragos. De acordo com Gilberto Cunha, técnicos do órgão passaram o dia de ontem palmilhando os trechos atingidos, mas não apresentaram nenhum relatório sobre as condições das rodovias.
- A única coisa que sabemos é que na (RS) 429, que passa pelo Itaimbezinho, pode ter ocorrido um estrago muito maior do que só um deslizamento na pista. Se isso se confirmar, vamos ter de fazer obras que podem levar 15, 30 dias. Não sei dizer - explicou o diretor-geral do Daer. Quanto às obras de contenção das encostas da Rota do Sol, Cunha revelou que não há previsão para que sejam feitas. Ele disse que engenheiros contratados pelo Daer encontraram seis pontos perigosos e que precisam de muros ou concreto projetado, que, borrifado sobre as rochas, cria uma capa protetora. Ainda assim, o órgão ainda não abriu licitação para esses serviços. - O usuário precisa saber que a Rota é uma estrada de serra. Por isso, sujeita a deslizamentos. É financeiramente inviável capearmos todas encostas. Será sempre assim. Cada vez que chover muito, vamos resolver os problemas. Os motoristas precisam dirigir com atenção nesses períodos de muitas chuvas - aconselhou Cunha.
(Fonte: Pioneiro)
BR-101 TAMBÉM SERIAMENTE DANIFICADA
O temporal do final de semana deixou marcas sobre a BR-101. O Rio Três Forquilhas invadiu a rodovia na altura do Km 40, no litoral norte do Estado, destruindo em torno de 200 metros e trancando a passagem de veículos por mais de 48 horas. Ontem, funcionários do Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) trabalharam o dia todo, mas a chuva atrapalhou, e a liberação da via será hoje, às 10h. Além do trecho gaúcho, a chuvarada interrompeu também o intervalo entre os Km 412 e Km 403 da BR-101 catarinense, em Araranguá. No Estado vizinho, ainda não há previsão de liberação, deixando aos motoristas a BR-116 como alternativa.No Vale do Paranhana, os efeitos do ciclone extratropical foram sentidos ontem por moradores de Taquara. Os rios, que no domingo à tarde já haviam atingido localidades do interior do município, alcançaram ruas dos bairros Empresa, Santa Maria e Cruzeiro por volta das 18h. Às 20h, moradores começaram a deixar suas casas e, na madrugada, já havia residências inteiras submersas. Conforme o Corpo de Bombeiros do município, pelo menos 230 residências foram atingidas e, até o final da tarde de ontem, o nível dos rios continuava a subir. Cerca de 150 famílias foram alojadas em escolas e ginásios da prefeitura. O prefeito Cláudio Kaiser decretou situação de emergência.
SEQÜÊNCIA DE COLISÕES
Uma seqüência de colisões envolvendo um automóvel Corsa, três carretas e uma caminhonete está prejudicando o trânsito no km 346 da rodovia Canoas-Iraí (BR-386). Por volta das 19h40min, Jonas Vieira, 22 anos, condutor de um Corsa com placas de Estrela, viajava no sentido Capital-Interior quando, na altura da empresa de refrigerantes Fruki, saiu da pista e atravessou o canteiro central que separa as vias duplicadas da rodovia. Na pista contrária, vinham três carretas, uma atrás da outra. O Corsa bateu na lateral da primeira, uma Volvo carregada com milho, dirigida por Neri Gozzi, 46 anos. Em seguida, atingiu a lateral da segunda, uma Scania com soja conduzida por Ivo de Couto Dias, 45 anos. Por fim, colidiu contra a parte frontal da terceira, uma Iveco, com caixas de leite longa vida, guiada por Clevis Luis Schmitz, 39 anos. O automóvel foi projetado sobre a carreta e foi parar em uma pista lateral, onde se chocou contra a Silverado guiada por Roberto Fensterseifer, 38 anos, que passava pelo local. O motorista do Corsa foi encaminhado para o hospital Bruno Born, em Lajeado, onde foi submetido a raio-x e não corre risco de vida. Nenhum dos outros condutores se feriu no acidente. Parte da soja e do leite ficaram espalhados pela pista. O trânsito no sentido Capital-Interior está normal. No sentido contrário, está sendo desviado para a pista lateral da rodovia.
PROTESTO PODERÁ FECHAR A FRONTEIRA BRASIL-ARGENTINA EM URUGUAIANA
Se até quarta-feira,(7.4) não houver solução para a greve dos auditores fiscais, empresas transportadoras, despachantes e motoristas realização mobilizações e não está afastada a possibilidade de protestos e fechamento total da fronteira de Uruguaiana com a Argentina, em Paso de Los Libres. A ameaça foi feita onem á tarde, durante reunião com representante de transportadores e caminhoneiros com o deputado Frederico Antunes.O pátio do maior porto seco da América Latina, localizado em Uruguaiana, está lotado com um total de 898 caminhões que aguardam o final da paralisação. Segundo a Associação Brasileiros dos Transportadores Internacionais, o prejuízo com a greve - que já chega a 48 dias - é de 50 milhões de dólares. "O impasse precisa ser resolvido com urgência porque as empresas e os motoristas não podem mais arcar com tamanho prejuízo", afirmou Frederico Antunes.O parlamentar, acompanhado dos senador Paulo Paim e Sérgio Zambiasi, reúne-se nesta terça-feira com o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, e com o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, em busca de uma solução. Frederico Antunes revelou que fará contato com a governadora Yeda Crusius, que estará em Brasília hoje, para participar das negociações. Antunes também se reunirá com a direção da Unafisco, entidade que congrega os auditores fiscais em greve, para buscar uma alternativa negociada.A situação entre os motoristas se agrava diariamente. O caminhoneiro Edson de Souza, de 31 anos, que está há 26 dias parado no porto seco de Uruguaiana, veio de Sombrio (SC) e viaja com destino a Santiago, no Chile. "Tenho mulher e dois filhos e um deles está doente, mas não posso abandonar a fila porque corro o risco de perder o emprego", lamenta. José Carlos Becker, vice-presidente da ABTI, reclama da situação. "As empresas não podem arcar com prejuízos diários que chegam a US$ 1 milhão por causa da briga do Governo Federal com os fiscais", advertiu. Em Uruguaiana estão sediados 25 auditores fiscais que, em função da greve, deflagraram uma operação padrão que prolonga em muitas horas a liberação das cargas.A reunião em Uruguaiana contou com a presença de Frederico Antunes; Lauri Kotz, presidente do Sindicato dos Despachantes Aduaneiros do RS; Mário Bueno, presidente da Cooperativa de Cargas e Condutores Autônomos de Uruguaiana; Antônio da Rocha, gerente geral da Entrepostos Aduaneiros do RS José Carlos Becker, vice-presidente da ABTI, e de Elísio Roberto Schmitz, presidente do Sindicato das Empresas de Transportes, Armazenagem e Logística.

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