segunda-feira, 14 de abril de 2008

8° SEMINÁRIO DO TRANSPORTE RODOVIÁRIO EM BRASÍLIA
O presidente da Comissão de Viação e Transportes, da Câmara, deputado Carlos Alberto Leréia prometeu durante o 8º Seminário do Transporte Rodoviário de Cargas, em Brasília nesta quarta-feira, fazer todos os esforços para que o Plenário da Câmara aprove o Projeto de Lei do Executivo, que limita a quatro horas ininterruptas, prorrogáveis por mais uma, o tempo máximo de direção dos caminhoneiros. De acordo com o projeto - que já tramita há doze anos e está pronto para ser votado pelo Plenário há dois -, após esse período de direção, entre quatro e cinco horas deverá haver um descanso obrigatório mínimo de trinta minutos. Em um dia, o caminhoneiro poderia dirigir no máximo por 13 horas - dois períodos de cinco e mais um período extra de três horas. O objetivo, segundo o deputado, é garantir condições de segurança no trânsito e produtividade do transporte. O parlamentar ainda citou estudo do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada e do Denatran, que estima o custo dos acidentes de trânsito nas estradas em R$ 24,6 bilhões por ano. Durante o Seminário foi divulgado que cerca de 30% dos caminhoneiros de Rondônia trabalham sob efeito de estimulantes químicos, principalmente cocaína. A revelação foi feita procurador Paulo Douglas Almeida de Moraes. Segundo Moraes, exames de urina revelaram que 15% dos caminhoneiros que trafegam pelas estradas de Rondônia estão em estado de pré-overdose. Para o procurador, esses números mostram ser preciso regular tanto o tempo máximo de direção como a jornada de trabalho. Entre janeiro e outubro do ano passado, informou, foram 103 mil acidentes nas estradas do País, dos quais 36 mil (cerca de 35%) com caminhões, e quase 6 mil mortes, das quais 2.600 (cerca de 45%) envolvendo caminhões.
PÉSSIMAS ESTRADAS
O presidente da Federação das Empresas de Transporte de Carga do Rio Grande do Sul, Paulo Vicente Caleffi, contradisse Moraes sustentando que a pesquisa pode retratar a realidade de Rondônia, mas não a do Brasil. Ele se disse contrário à instalação de tacógrafos nos caminhões para medir o tempo de direção dos motoristas. Para ele, a imposição do tempo máximo de direção significaria "o fim dos caminhoneiros autônomos e uma elevação em torno de 35% do custo-Brasil". O principal problema do transporte de carga, segundo Caleffi, é o péssimo estado das estradas. Ele apresentou uma série de fotografias para demonstrar a gravidade do problema. "O motorista, em especial nas viagens de longa distância, não tem sequer acostamento onde parar nem lugar aonde chegar, quando o tacógrafo indicasse ser a hora de parar", previu.
JORNADA ESPECÍFICA
O diretor do Denatran, Alfredo Peres da Silva, disse que os acidentes rodoviários, em sua maioria, são fruto do excesso de tempo de direção. "O ambiente de insegurança nas estradas é potencializado pelos prazos que os caminhoneiros tem que cumprir para entregar as mercadorias", afirmou. Para o diretor do Denatran, é estranho que os transportadores rodoviários ainda não tenham uma jornada de trabalho específica para a categoria, como têm os ferroviários, os marítimos e os aeronautas. Ele recomendou a negociação de uma convenção coletiva de trabalho para resolver a questão. Alfredo Peres da Silva alertou, inclusive, que a adoção de uma jornada de trabalho específica para os caminhoneiros é do interesse das próprias empresas transportadoras, uma vez que permitiria reduzir seus passivos trabalhistas. "A falta de regulamentação gera uma total intranqüilidade para o empresário", disse. O procurador do Ministério Público Federal do Trabalho, José Pedro Reis, assinalou ainda que o motorista das empresas de transporte, em geral, têm salário oficial, na carteira de trabalho, entre três e quatro vezes menor do que o salário real. Assim, quando sofre acidente, estresse excessivo ou outra doença relacionada ao trabalho, fica desamparado, pois só recebe da Previdência o valor registrado na carteira.
BOLO DE ANIVERSÁRIO
O diretor voluntário da Câmara de Segurança do Trânsito, Carlos Wise promoveu um protesto diferente na cidade de Rio Grande. Ele comemorou com um bolo e velinhas o primeiro aniversário de um buraco no asfalto que liga a cidade a praia do Cassino. O buraco mede 2,2 metros de comprimento por 1,25 metros de largura na rodovia RS-734, de responsabilidade do DAER. Conforme Wise, nos sete quilômetros entre o Pórtico e o trevo de Rio Grande há 125 buracos. É um perigo à segurança de motoristas que trafegam no local, explica. O diretor-geral do DAER, Gilbettyo Cunha ao tomar conhecimento do protesto prometeu para esta segunda-feira designar uma equipe para a realização de uma operação tapa-buracos na rodovia.
FURTO DE CAMINHÃO
Enquanto almoçava num restaurante da Rua Santos Dumont, Bairro Niterói, em Canoas na última sexta-feira, o caminhoneiro José Vanderlei Castilhos, de Vacaria, teve seu caminhão furtado. O caminhão é um Mercedes-Benz 1214, com faixa azul nas portas, carroçaria baú, cor branca, placas LWX-9750- Curitiba. O caminhão estava carregado com uma mudança cujo destino era a cidade de Natal, no Rio Grande do Norte.
TRANSPORTADORAS URUGUAIAS PEDEM AO GOVERNO MEDIDAS CONTRA GREVE NO BRASIL
Motivo da reação é a retenção de centenas de caminhões uruguaios na fronteira. As organizações de transportadoras de cargas do Uruguai pediram neste domingo ao governo do país que adote medidas contra o Brasil, devido à retenção de centenas de caminhões do país na fronteira, em decorrência da greve dos funcionários da alfândega brasileira. — A situação é difícil e deve se agravar por causa do enfrentamento entre as autoridades brasileiras e os fiscais da alfândega — destacou Jorge Lepera, secretário da Associação Intersindical de Transporte Profissional de Carga Terrestre do Uruguai. Dirigentes da associação mantiveram contatos com autoridades dos ministérios uruguaios de Relações Exteriores e de Transporte e Obras Públicas para pedir que adotem medidas contra o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. — Centenas de caminhões de diversas nacionalidades estão sendo retidos nas fronteiras do Brasil com os países da região — acrescentou o dirigente, em declarações à rádio Carve, de Montevidéu. Lepera disse que a situação "tende a se agravar" porque os fiscais "agora passaram a revisar várias vezes todos os documentos, exigindo ao máximo, e podem chegar a levar um dia inteiro para habilitar a passagem de um único caminhão". Algumas empresas de transporte locais suspenderam transitoriamente o envio de mercadorias ao Brasil, para evitar que os veículos e seus motoristas fiquem retidos na fronteira.
Fonte: Zero Hora

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