quarta-feira, 25 de junho de 2008

APPIO DISCURSA EM FAVOR DOS CAMINHONEIROS
O deputado Francisco Appio faloui da tribuna da Assembléia Legislativa nesta terça-feira (24), sobre a greve dos caminhoneiros. Informou que a mobilização tem a iniciativa da Associação Brasileira de Caminhoneiros, presidida pelo líder dos autônomos José Fonseca, com sede em São Paulo. As empresas transportadoras prometeram aderir ao movimento pacífico, sem barreiras e violência. Discursando da tribuna da Assembléia Legislativa, o deputado Francisco Appio pediu compreensão e tolerância com os motoristas, alertando que trata-se de um segmento de segurança nacional que jamais consegue conversar com o governo ou com os embarcadores, donos das cargas. Pressionados pelos altos custos de combustíveis, pneus, oficinas e pedágios e pelas más estradas, não resta aos motoristas outro caminho: a greve é pacífica, mas precisará de ampla adesão para se refletir no governo federal. Appio alertou que o país pode amanhecer tranqüilo, despertar sem sobressaltos, pois ninguém usará de mobilização violenta. Os motoristas ficarão parados, protestando silenciosamente. Se resistirem por três dias começarão a surgir os primeiros efeitos, provocando a reação do governo, que precisa conversar com os caminhoneiros.
CONDUTOR ALCOOLIZADO MATA GAROTO
Adolescente de 15 anos morreu ontem, no interior de Vacaria, quando trator dirigido pelo cunhado tombou .
Dupla trafegava em uma estrada de chão batido, retornando de trabalho em uma propriedade vizinha
Vacaria - A morte do adolescente Josué dos Santos Lima, 15 anos, em um acidente de trânsito, caracterizou-se como uma tragédia em família ontem, no interior do município. O garoto morreu quando o trator que era conduzido pelo cunhado Marcos Aurélio Matias de Campo, 26, tombou na localidade de Estrada do Refugiado, ao meio-dia. Josué era transportado no estribo do veículo marca Valtra BF75. Conduzido pela Polícia Rodoviária Federal de Vacaria, o condutor foi submetido a um teste de bafômetro, que indicou que ele tinha 0,31 grama de álcool por litro de sangue. Campo, que não tinha carteira de habilitação, afirma ter bebido caipirinha, feita com cachaça e laranja, e cerveja na noite anterior ao acidente. Segundo o motorista, ele e o adolescente estavam em uma festa, que terminou por volta da 1h de ontem. Campo e Josué trabalhavam juntos em uma fazenda de propriedade de Celso Orlandi, produtor de maçã. Os dois eram amigos. Campo é casado com a irmã de Josué, Rute Santos Lima, 18. Às 8h de ontem, a dupla se deslocou para uma fazenda vizinha para prestar serviços. Na volta, quase chegando à fazenda onde trabalhavam, ocorreu o acidente. O veículo teria derrapado e tombado à esquerda da estrada de chão batido. Josué teria sido jogado para longe do veículo e batido a cabeça na queda. Ele morreu no local. O motorista não tinha antecedentes e vai responder por homicídio doloso. Ele foi encaminhado ao presídio de Vacaria. De acordo com o titular da Delegacia de Polícia do Pronto Atendimento de Vacaria, Vítor Fernando Boff, Campo deverá ser responsabilizado por dirigir sob influência de álcool, sem carteira de motorista e pelo transporte inadequado de passageiro.
CASO FOI ENQUADRADO PELO CÓDIGO PENAL
Apesar de ter ocorrido em uma semana em que as atenções estão voltadas para a perigosa combinação de álcool e volante, o acidente de Vacaria não tem relação direta com a lei de tolerância zero a motoristas embriagados, na opinião do delegado Vítor Fernando Boff. Essa legislação, que pune com mais rigor casos de embriaguez ao volante, entrou em vigor na última sexta-feira. No entendimento do delegado, que lavrou o flagrante ontem à tarde, uma vez que o acidente resultou em uma morte, o caso deve ser tratado como um homicídio. Para ele, o condutor assumiu o risco de matar, uma vez que não tinha carteira de habilitação, apresentava álcool no sangue e transportava um caroneiro em veículo sem estrutura apropriada. Por isso, ele não foi enquadrado pelo Código de Trânsito Brasileiro, e sim pelo artigo 121 do Código Penal, que trata de homicídio doloso mediante dolo eventual: - Em casos de embriaguez, eu tenho o entendimento de que a pessoa assumiu o risco. Bebeu e está no trânsito, está assumindo. Esse tipo de crime, segundo o delegado, implica prisão do responsável pela morte e não permite pagamento de fiança como forma de responder em liberdade.
MOTORISTA NÃO ACHAVA QUE ESTAVA ALCOOLIZADO
Campo concedeu entrevista ao Pioneiro depois de prestar depoiment, ontem à tarde. O condutor, que nunca havia se envolvido em acidentes antes, acreditava estar em condições de dirigir e diz que o trator derrapou na pista. Leia a entrevista: Pioneiro: O que você fazia quando aconteceu o acidente?
Marcos Aurélio Matias de Campo: Eu fui a uma fazenda vizinha, que fica a cerca de um quilômetro, para fazer um trabalho. Eu e Josué sempre trabalhávamos juntos e eu sempre costumava dar carona. Às vezes, ele também dirigia. Voltávamos para casa quando o trator derrapou. Eu não vi mais nada. Quando levantei, ele estava no chão. Tentei socorrê-lo. Ele ainda tinha pulsação, mas não deu tempo de o socorro chegar.
Pioneiro: A que você atribui o acidente? Você estava em condições de dirigir?
Campo: Não tem explicação. Eu não estava bêbado. Na noite anterior, nós assamos uma carninha, e tomei umas cervejas e umas caipirinhas. Acordei com ressaca. A gente sempre fazia essas festinhas. Quase diariamente. A gente sabe que não pode beber e dirigir. A gente vê nas campanhas. Mas, como foi na noite anterior... Se eu estivesse alcoolizado, jamais teria colocado a vida de alguém em risco.
(Fonte: Pioneiro)

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