CAMINHONEIROS PEDEM POLICIAMENTO NO RODOANEL
Dois meses após a abertura do Trecho Sul do Rodoanel Mário Covas, o temor com relação a assaltos atinge, sobretudo, a classe caminhoneira, uma das mais beneficiadas pela inauguração da rodovia.O fluxo intenso de veículos pesados incentiva uma prática criminosa muito conhecida pelos caminhoneiros: o roubo de carga. A insegurança é tanta que empresas de transporte estão orientando seus funcionários a evitar a rodovia durante a noite, segundo o Setcesp (Sindicato das Empresas Transportadoras de São Paulo e Região)."O Rodoanel foi inaugurado para os caminhões não rodarem em São Paulo. No entanto, temos empresas que não passam por lá após as 20h por falta de iluminação. Algumas companhias de seguro ameaçam não cobrir ocorrências registradas na rodovia", conta o presidente do Setcesp, Francisco Pelucio.Balanço divulgado ontem pela Secretaria de Transportes do Estado de São Paulo apontou que o tráfego de caminhões no Trecho Sul já superou o da Via Anchieta. De acordo com a Pasta, o percentual de veículos pesados no Rodoanel chega a 40% em dias úteis. Na Anchieta, 25,7% do tráfego é de caminhões e ônibus.A falta de segurança no Trecho Sul foi discutida no 22º Fórum Paulista do Transporte e Segurança Contra o Crime, organizado pela entidade no dia 18. Na ocasião, a entidade solicitou à Secretaria de Segurança Pública mais policiamento no Rodoanel.Operação - Atendendo o pedido do Setcesp, a Delegacia de Meio Ambiente, Dise (Delegacia de Investigações Sobre Entorpecentes), SIG (Setor de Investigações Gerais), Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos) e 4º Distrito Policial de São Bernardo realizaram ontem uma blitz na altura do km 72 do Trecho Sul.A ação contou com o apoio de 20 viaturas e aproximadamente 60 policiais. Ao todo, 435 veículos foram vistoriados e 33 foram apreendidos. Ninguém foi detido. De acordo com a Polícia Civil, por ter sido inaugurado recentemente, ainda não há um estudo detalhado sobre os pontos mais críticos no Rodoanel."O que nós temos percebido é que os caminhoneiros são sequestrados na Baixada Santista e liberados em São Bernardo. Essa ação teve como objetivo fiscalizar caminhões, carros, motos e evitar sequestros relâmpagos", afirmou o delegado titular do SIG/Garra, Jacques Ejzenbaum.Para o presidente do Setcesp, no entanto, fiscalizações pontuais não são a solução para o fim da criminalidade no rodoanel. "Não existe policiamento contínuo. Deveria haver um posto fixo na saída para a Régis Bittencourt e para a Imigrantes, porque atualmente há somente uma viatura circulando na via."A Polícia Militar possui uma base na altura do km 65 do Trecho Sul. Procurada, a corporação informou que durante os dois meses de operação não foram registrados casos de roubos ou sequestros, apenas ocorrências relativas a acidentes. Ainda de acordo com a Polícia Militar, quatro viaturas se revezam no patrulhamento de toda a extensão da rodovia.
(Fonte: A Estrada)
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