quarta-feira, 29 de julho de 2009

REGIÃO SUDESTE DO PAÍS A MAIS VISADA PELOS LADRÕES DE CARGAS
Estudo da Associação Nacional do Transporte de Carga e Logística revela que, em seis anos, entre 2002 e 2007, os ladrões e assaltantes levaram o equivalente a R$ 4 bilhões em mercadorias nas rodovias e áreas urbanas de todo o país. No Sudeste, região mais visada pelos marginais, o prejuízo foi de R$ 1,94 bilhão. O levantamento indica outro dado alarmante: a estatística de roubo e furto em 2007 no Sudeste (9.271 registros) mostrou, na região, a média de uma ocorrência por hora ou a de 25,4 por dia. Há transportadoras que foram atacadas mais de uma vez. Em se tratando de valores, o Sudeste responde por 67% (R$ 491,6 milhões) da perda registrada pelas empresas no mesmo ano. O levantamento feito pela NTC peca apenas em não revelar a rota dos assaltos nos estados, mas especialistas são unânimes em dizer que, no caso de Minas, grande parte ocorre no Sul do estado, pela proximidade com São Paulo, maior mercado consumidor do país. A região também é rota de produtos valiosos, como os eletrodomésticos da chamada linha branca (máquina de lavar, freezer, micro-ondas etc.), e caminho para escoar o café produzido nos campos do estado vizinho. Esses produtos são de fácil giro, por isso a preferência dos ladrões.
SETCERGS FAZ CONTATO COM DIRETOR DO DEIC
O presidente José Carlos Silvano e o vice-presidente de Transportes e coordenador da Comissão Permanente de Seguros, Segurança e Roubo de Cargas do SETCERGS, Jaime Krás Borges foram recebidos em audiência nesta terça-feira,28, pelo diretor do Departamento Estadual de Investigação Criminais (DEIC), delegado Ranolfo Vieira Júnior. No encontro os diretores do SETCERGS demonstraram a preocupação do setor com o roubo de cargas e caminhões, assaltos e assassinatos a motoristas e também com as invasões nos terminais de cargas. Para o presidente José Carlos Silvano é preciso centralizar os dados de ocorrências dos delitos acrescentou.O diretor do DEIC explicou como funciona o sistema de informação e informou que uma das preocupações é com o aumento do roubo de medicamentos. As quadrilhas migram de acordo com o crime que gerar mais lucro, disse o delegado Ranolfo Vieira Júnior.O delegado sugeriu que fosse criado um setor dentro do próprio SETCERGS para repassar as informações relacionadas a este tipo de crime no RS. “Uma espécie de banco de dados sobre o roubo e furtos de cargas, caminhões e de invasões nos terminais das empresas de transporte e logística”, enfatizou.O presidente do SETCERGS convidou o diretor do DEIC e o titular da Delegacia do Roubo de Cargas para participarem das reuniões da Comissão Permanente de Seguros, Segurança e Roubo de Cargas.”Precisamos estimular uma sinergia nessa luta contra esse tipo de crime”, conclamou Silvano.“A nossa ideia é integrar a Polícia Civil, Brigada Militar, Policiais Rodoviárias Federal e Estadual e outros agentes de segurança nesta Comissão”, acrescentou o coordenador Jaime Krás Borges.
ENTREVISTA
O SOS Caminhoneiro entrevistou o presidente do SETCERGS, José Carlos Silvano sobre os resultados alcançados no encontro com o DEIC/RS – Departamento Estadual de Investigações Criminais, na última terça-feira. O líder sindical das empresas de transporte de cargas disse que o encontro foi positivo. Primeiro porque nós retomamos o contato com o DEIC, Polícia Civil, Delegacia de Roubo de Cargas, para tentar ter ações em sinergia com a polícia civil. A questão do roubo de cargas e assalto de motoristas nas estradas, invasão de empresas não para nunca, ela pode diminuir, mas depois aumenta de novo. Silvano disse que Recentemente foi presa uma quadrilha que estava agindo no RGS/SC e Paraná. Ou seja, o crime não é num local só. Ele é itinerante. É muito espalhado. E o delegado nos disse que não é uma quadrilha que rouba uma carga e uma que rouba caminhão, outra que trafica, outra que faz contrabando, todas fazem tudo. O crime migra. A mesma quadrilha que assalta banco, assalta caminhão. O que é que está dando mais agora, é roubo de carga. A gente tem que estar precavido para enfrentar essas migrações, essas quadrilhas. Antes roubavam só o caminhão ou só a carga. Agora eles rouba tudo. O caminhão vai para o desmanche, a carga vai para o receptador. O crime está se especializando é o que o delegado nos disse.

- SOS: No rancking nacional em que lugar se classifica o RGS?

- Silvano: Em primeiro lugar está São Paulo, sempre, - 2º. lugar é Rio de Janeiro, depois vem o Paraná e o Rio Grande do Sul, estão mais ou menos equilibrados. Sendo que o Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina as quadrilhas agem em conjunto. Por isso a dificuldade da polícia. Embora o delegado nos dissesse que tem um relacionamento com o DEIC do Paraná e Santa Catarina, cada polícia age dentro do seu estado, por isso eles tem que trocar informações. Uma delegacia lá em Bossoróca – por exemplo - que faz um registro de roubo de caminhão e carga ela não coloca numa rubrica de roubo de carga, ela registra como roubo comum. Então, nós temos dificuldades para obter estatística correta de quantos roubos de caminhões, quantos roubos de cargas, eles entram como furto de veículos, ás vezes. Na estatística que foi publicada pela Zero Hora outro dia tinha lá assassinato, roubo (não sei quê) roubo de veículos, e não tinha roubo de cargas.O delegado afirmou que a própria polícia procura não divulgar dados para não multiplicar o problema. Os dados são sigilosos, principalmente, quando se trata de alto valor. As empresas não gostam de divulgar que tiveram assalto, isso prejudica comercialmente no mercado. O próprio cigarro hoje não tem nem registro de estatística.Nós convidamos o delegado titular de Roubo de Cargas, mais o delegado Pacífico e o de Canoas para uma reunião no SETCERGS daqui alguns dias. Uma reunião de confraternização e de aperfeiçoamento de ações, contra o roubo de cargas e assalto de motoristas nas estradas, e também com o pessoal da APISUL e da PANCARY que estão junto conosco nessa comissão que trata especificamente de segurança nas estradas e do roubo de cargas, concluiu o presidente do SETCERGS.

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