quarta-feira, 1 de setembro de 2010

POLICIA FEDERAL PRENDE QUADRILHA
Por Portal Click
Depois de 10 meses de investigação, a Polícia Federal desencadeou na quarta-feira passada(25), a Operação Sevilha em Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro. Policiais de todo o país foram a Juiz de Fora participar do trabalho. A 3ª Vara Criminal de Juiz de Fora expediu 22 mandados de prisão, 29 de busca e apreensão, 43 de apreensão de veículos e 8 ordens de bloqueio de contas bancárias e ainda era madrugada quando os policiais se deslocaram para os alvos previstos. Em Minas, os mandados foram cumpridos em Juiz de Fora, Ubá, Visconde do Rio Branco, Leopoldina e São João Nepomuceno. No Rio, os suspeitos foram procurados em Três Rios, Areal, Petrópolis e Magé. Já em São Paulo, a operação foi só na capital. Os presos vão ser indiciados por estelionato, receptação, formação de quadrilha, falsificação de documento público, falsificação de documento particular, falsidade ideológica e uso de documento falso. O esquema montado era dividido em etapas e os integrantes da quadrilha se responsabilizavam por cada uma das tarefas. A quadrilha comprava uma empresa que já existia no mercado e tinha ficha limpa e para isso, usavam documentos falsificados pelo próprio grupo.
Com uma empresa-laranja montada, eles contactavam empresas fornecedoras e faziam uma encomenda significativa. A entrega era feita e os produtos pagos em cheque que era descontado sem problemas. A próxima encomenda era bem maior e paga com cheque pré-datado e esse já era sem fundos. Quando as vítimas tentavam recuperar o dinheiro, descobriam que a empresa não existia mais; pois cada uma das empresas laranja funcionava por no máximo dois meses e era desativada. A estimativa de lucro por golpe era de um milhão de reais e até agora, a Polícia Federal identificou seis empresas-laranja, criadas e fechadas no prazo de dois anos e meio: Renanda Central de Abastecimento de Produtos em Geral Ltda. (Levy Gasparian), Zaeler Comércio de Produtos Alimentícios Ltda., Gazzy Comércio Atacadista de Alimentos Ltda. (Petrópolis), Exata Comercial Zona da Mata Ltda. (Cataguases), Caurb Comercial Ltda. (Paraíba do Sul) e Hora Marcada Comércio de Peças e Serviços Ltda. (Petrópolis). Além da sonegação de impostos, a ação da quadrilha levou à falência pessoas físicas e jurídicas que forneceram produtos e nunca receberam por eles. Além do golpe das empresas-laranja, o grupo também roubava cargas em estradas, em especial as vindas de São Paulo e do Rio de Janeiro e mercadorias, roubadas eram “legalizadas” por meio de notas frias providenciadas por dois integrantes da quadrilha que ficavam por conta da falsificação de todos os documentos usados. Os produtos eram vendidos nos comércios de RJ, SP e MG por metade do preço normal de mercado. Todo o material apreendido nos três estados foi encaminhado para Juiz de Fora e 22 duas pessoas foram presas, sendo 21 encaminhadas para Juiz de Fora. O mandado cumprido em Magé, no Rio de Janeiro, era para um policial civil do Rio apontado pela Policia Federal como responsável por dar cobertura à quadrilha e ajudar na montagem de empresas-laranja. Ele foi encaminhado para a sede da Polícia Civil do Rio, na capital fluminense. A investigação é tão extensa que as apurações estão reunidas em seis volumes fartos de documentos e relatórios de escutas telefônicas. A quadrilha começou a chamar a atenção da Polícia Federal depois da prisão de José Agostinho Pires, preso pela primeira vez em 2004 e detido pelo menos mais umas dez vezes desde então. Ele está no Ceresp da Gameleira, em Belo Horizonte, desde que foi preso pela última vez por roubo de carga. O comerciante seria o mentor da quadrilha.

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