domingo, 4 de julho de 2010

ROUBO DE CARGAS EM SANTA CATARINA
O roubo de cargas nas estradas tem se mostrado uma dor de cabeça sem fim para os transportadores. Apenas no ano passado, R$ 900 milhões foram perdidos em ações de bandidos pelo país. Os dados são da Associação Nacional de Transporte de Cargas e Logística. Para debater o assunto, onde Santa Catarina também sofre com as conseqüências, será realizado um encontro nesta terça-feira em Florianópolis. A reunião contará com a presença de empresários do setor e é realizada pela Federação das Empresas de Transporte de Carga e Logística de Santa Catarina (Fetrancesc). Os principais pontos de discussão será o planejamento de apoio a regulamentação da lei de combate ao roubo de cargas. “Só dessa maneira dará para se montar uma estratégia nacional conjunta", relata o presidente da Fetrancesc, Pedro Lopes. Também será discutida a aplicação de sanções para quem recepta ou revende as cargas roubadas. Entre as medidas estariam às perdas do CNPJ e da inscrição estadual do estabelecimento envolvido. "Temos como exemplo a Argentina, onde, pela lei, o estabelecimento que for pego vendendo carga roubada tem todo o seu estoque apreendido", exemplifica Lopes.

Quadro geral
O objetivo da lei é cercar e acabar com os estabelecimentos envolvidos na roubo de cargas. Apenas nos cinco primeiros meses deste ano, 16 carretas foram roubadas em Santa Catarina, uma média de uma a cada dez dias. Em uma das ações, realizada no norte do Estado, uma carga de rolamentos no valor de R$ 600 mil foi levada pelos bandidos. No Brasil, a situação mais grave é no Estado de São Paulo, onde se roubam ou furtam mais de 50% das cargas transportadas no país. Já em Santa Catarina, o Norte e o Oeste são os locais mais afetados. Segundo Pedro Lopes, os ladrões não escolhem lugar para agir. "Não existe mais essa idéia de se roubar carga em lugares de pouco movimento. O tráfego pesado das áreas urbanas também facilita a ação dos bandidos", afirma. "Aqui no Sul, a região mais problemática é a grande Curitiba". Entre os produtos mais visados pelos ladrões de cargas destacam-se os alimentos, eletroeletrônicos, remédios, cigarros, combustíveis, autopeças, produtos metalúrgicos, além dos têxteis, químicos e confecções. Em 2009, foram 13.500 ocorrências no Brasil. O número, que chegou a recuar em 2005 e 2006, voltou a subir em 2007 e está no pior nível desde que se começou a fazer os registros. Na região Sul, o número de ocorrências chegou a 1.069, uma média de quase três por dia.
Momento preocupa
A situação começa a ficar preocupante, já que o roubo de cargas é ruim para todos. O governo deixa de arrecadar e os custos do transporte ficam mais caros com o aumento dos seguros", lembra Pedro Lopes. Outro fator lembrado pelo empresário é o psicológico. Embora o número de mortes de motoristas nas ações venha diminuindo (foram nove em 2009), o trauma sofrido é muito grande. "Muitos motoristas largam a estrada depois de passar por uma situação dessas. Não deve ser nada agradável ficar sob mira de armas ou preso por horas em um porta-malas".

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